ENERGIAS ALTERNATIVAS
Com a escalada dos preços do petróleo, a subir, sempre a subir sem nunca mais parar, constantemente somos martelados com a frase “Energias alternativas” uma panaceia que se espera que o urgente remédio para a doença das nossas finanças, não tarde e muito a chegar, porque quando tarde chegar, por certo o doente já deu o que tinha a dar, com a morte súbita da falência.
É o aproveitamento da electricidade para mover os transportes rodoviários. É o gás natural, butano, propano ou outro “…ANO” qualquer. É o bio-disel, com aproveitamento dos óleos domésticos ou industriais. É o aproveitamento do vento, da energia solar, da energia das marés. É a solução do “empurra”, quando a massa não dá nem para o litro salvador, e a força braçal e “ombral”, é a solução para pôr a viatura, descansadinha e a bom recato na garagem, se a houver, ou na garagem estrela, a gosto do amigo do alheio.
Também uma solução talvez económica, é dar que fazer aos cavalos, não os que se encontram dentro do motor, êste só “comem líquido mal cheiroso e poluente” mas os das antigas cavalariças, meio usado desde os longínquos humanóides, pelo menos desde que o nosso pré-histórico primata, num rasgo de uma inteligência em formação, descobriu e pôs em movimento a roda, adaptando-a a um meio de transporte que revolucionou o mundo. Eram já finos, e com um cavalo, puxando uma carroça, transportavam uma data deles, muito mais do que até então, só um ou dois o faziam no dorso da cavalgadura. Eram de facto selvagens finos, muito mais do que nós, os civilizados, que para o transporte, muitas vezes só de um, são necessários uma data de cavalos, agora baptizados de “CAVALOS VAPOR”.
E ainda tinham uma vantagem sobre nós, os ditos civilizados, contribuíam para as hortas ecológicas e de certa maneira, pode dizer-se, não prejudicavam o ambiente com um natural adubo.
Ora, com o andar da carruagem, com os preços dos combustíveis a subirem assim e depressa a atingirem o píncaro de que só alguns conseguem arranjar “pingues” para atestar os depósitos e com as carteiras a esvaziarem-se para encher os ditos, qualquer dia temos que regressar aos tempos dos anos quarenta do século vinte.
E para fazer andar os “mobilles” , recorreremos de novo ao “GASOGÉNIOS”, solução então encontrada, não pelo exorbitante preço, mas sim pela falta do produto, arma vital da guerra.
E pelas estradas fora veremos os actuais postos de venda de combustível, transformados em vulgares carvoarias a vender arrobas de lenha, para alimentar as caldeiras de produção de gás que fará movimentar os “bólides”.
Será uma solução e até barata, não eficiente, mas de vagar se vai ao longe e sempre se economizarão uns cobres, como compensação dos atrasos que o remedeio provocará, e até, no inverno, servirá para aquecimento, e isto enquanto o estado não se lembre de lançar um imposto por esta “Energia alternativa”.
E no caso das carvoarias não estarem à mão, será sempre bom carregar na mala uma boa dose de canhotas, como reserva, e como prevenção um bom e cortante machado para numa das bouças que se encontrarão pelo caminho ir fazendo um novo aprovisionamento.
“Boa viagem” e não desanimem, “DE VAGAR SE VAI AO LONGE” !...
Braga,1 de Julho de 2008
LUÍS COSTA